México acelera: o que o avanço do Mercado Livre por lá ensina para o Brasil?

O time do ANYTOOLS esteve no Mercado Livre Experience México e voltou com números que revelam muito mais do que crescimento: mostram um mercado em transformação acelerada, com aprendizados interessantes para quem vende no Brasil e no exterior. 

Crescimento acima do previsto 

O mercado mexicano projeta +10% de crescimento do e-commerce em 2025. Parece bom, certo? Mas o Mercado Livre superou esse patamar em quase 3x, crescendo 28% apenas no primeiro semestre. 

O que isso significa? Que o México não está apenas acompanhando o ritmo global, ele está se tornando um mercado-chave para o Meli. Esse crescimento acima da média sinaliza um potencial ainda pouco explorado, e pode acelerar a entrada de novos competidores (inclusive de fora). 

Penetração ainda baixa = espaço gigante 

Hoje, apenas 15,8% das vendas de varejo no México acontecem no digital. Para comparar: nos EUA são 16,1%, e na China, impressionantes 52%. 

Ou seja, mesmo sendo o segundo maior mercado para o Meli, o México ainda está longe da saturação. Isso abre uma avenida de oportunidades para marcas, mas também cria espaço para players globais (como Amazon, Shein e TikTok Shop) disputarem mais agressivamente. 

Base de compradores quase dobrou em 6 anos 

Entre 2018 e 2024, o número de consumidores digitais no México saltou de 37 milhões para 67 milhões. Hoje, 84% dos internautas mexicanos já compram online. 

Assim, entendemos que o digital deixou de ser um comportamento de nicho e passou a ser mainstream no país. Para quem vende, isso muda completamente a escala de atuação: agora, não é mais sobre “experimentar vender online”, mas sobre construir operações sólidas para competir num varejo cada vez mais digitalizado. 

GMV bilionário e liderança sob pressão 

De Q2/2024 a Q2/2025, o Mercado Livre movimentou US$ 56 bilhões em GMV no México. Segundo dados divulgados pelo próprio Meli, isso representa 23,6% de todas as vendas online do país, à frente da Amazon México (16,4%), Liverpool (5,2%) e Walmart (4,7%). 

À primeira vista, parece uma liderança incontestável. Mas os bastidores mostram nuances importantes: em eventos como o Hot Sale 2025, o Meli ficou com 44% da preferência dos consumidores, contra 42% da Amazon — um empate técnico. 

Assim, fica claro: o Meli é gigante, mas não está sozinho. Para sellers, isso traz dois aprendizados:  

• Não depender de um único canal: o Meli pode ser dominante, mas a competição já é forte, e apostar em multicanalidade reduz riscos. 

• Competitividade é saudável: quanto mais players brigam pela preferência do consumidor, mais oportunidades surgem em condições comerciais, campanhas de visibilidade e incentivo às vendas. 

Categorias que puxam o crescimento 

As categorias que mais crescem no México são móveis (+45% em 2024), eletroeletrônicos e autoparts. 

Vale lembrar que são segmentos que exigem logística estruturada, ticket médio mais alto e confiança do consumidor. O crescimento nessas frentes indica maturidade do mercado e reforça que o e-commerce mexicano está migrando de compras ocasionais para operações complexas e de maior valor agregado. 

O impacto das importações 

Uma informação que circulou bastante nos bastidores: o governo mexicano liberou fortemente as importações, o que ampliou a competitividade local. Isso significa preços mais acessíveis, maior variedade e, principalmente, a entrada mais agressiva de players internacionais, especialmente os chineses e brasileiros. 

Assim, o consumidor ganha em opções, mas o seller local (ou mesmo latino) precisa se reinventar. A concorrência não é apenas regional, é global. Para marcas brasileiras, essa é uma mensagem clara: o México é um mercado cheio de oportunidades, mas também um campo de batalha cada vez mais acirrado. 

A provocação para o Brasil 

O México já é o segundo maior mercado do Mercado Livre, crescendo 29% em 2024. O Brasil continua liderando em volume e maturidade, mas o que acontece lá serve de alerta: o Meli está acelerando investimentos fora do Brasil, testando modelos, categorias e estratégias que podem depois ser replicados aqui. 

Para o seller brasileiro, a provocação não é “se preparar para o que ainda não chegou”, mas entender como os movimentos do México podem influenciar nosso mercado, seja em termos de competitividade, de expansão de categorias, ou até como oportunidade para explorar esse mercado vizinho em plena expansão. 

Nos dias 24 e 25 de setembro, também estaremos no Mercado Livre Experience Brasil trazendo insights em tempo real pelo WhatsApp. Quer receber tudo direto no celular? Clique aqui para acessar o grupo! 

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